sábado, 29 de setembro de 2012

Ao Encantado


A história não começa em uma floresta, mas tinha um cenário real. Era acolhedor, bucólico e singelo...
No caminho não tinha anões, nem casa construída com doces. No entanto, neste tinha a doçura de um chocolate e o companheirismo comum a amigos que sempre estão juntos.
Não tinha fada-madrinha, nem bruxa, nem ao menos maçã. Não tinha castelo, nem rei, nem princesa adormecida. O lobo mal também não faz parte desta história...
Você também não vai encontrar aqui ratinhos costureiros... Nesta existiu apenas dois personagens: o plebeu e o encantado.
Era para ser uma história de amor, um amor com uma tendência homoerótica bem transgressora, mas não foi assim que aconteceu... Por acaso eles se encontraram, foi por caso que viveram em cumplicidade e por caso se amaram.
Não teve planos, os caminhos, o destino, as mãos de Deus quem os guiou pela estrada que seguem as pessoas apaixonadas...
O Plebeu era a intensidade, o desbravador, era o cara que sonhava vencer. O Plebeu era misto de força e ingenuidade alguém que matava gigantes durante o dia e a noite chorava contemplando o mar.
Por sua vez, o Encantado era mágico, ilusionista, perspicaz... Um lord possuidor de tudo que encostava a mão. Seu rosto sereno e maduro inspirava a confiança de chegar a algum lugar. Ao lado do Encantado, ninguém estaria perdido e foi assim que o Plebeu se sentiu...
Os dois se completavam. Plebeu tinha a família e o amor, já o Encantado tinha a noite, a liberdade do ar em percorrer todos os espaços. Juntos eram invencíveis... Juntos eram completos... Juntos eram como misturar a chuva e o sol... Juntos eram arco-íris.
No entanto, depois de longos anos vivendo no anonimato dos afetos escondidos, o Plebeu pediu para ouvir a palavra amor... Por medo, o Encantado o deixou... Na solidão o deixou, não teve desculpas foi um simples adeus, uma carta que falava de uma herança de diamantes e mais solidão.
Hoje, Plebeu, não sabe nada sobre o Encantado... Segue vivendo sua vida, faz faculdade, trabalha e busca encontrar se não o arco-íris pelo menos um pote de ouro.
A história não acaba com um final feliz, não era um conto de fadas era apenas mais um conto... Não termina com a máxima “E foram felizes para sempre.”
O que sei e posso deixar registrado aqui é que o Plebeu ainda ama e mesmo negando espera a volta... A volta do Encantado.

Sérgio Breneditt

domingo, 23 de setembro de 2012

Uma História II


Na busca constante por Ele, o Outro seguiu um caminho Estranho.
O Outro e o Estranho foram apresentados pelo Novo, sim o mesmo que seduziu Ele.
O Estranho com seu papo cativou o Outro, afinal o Outro estava triste, angustiado e solitário. O querer por Ele ainda era intenso, a ferida continuava aberta.
Juntos, o Estranho e o Outro, seguiam pelas veredas inconstantes, fraquejantes e vacilantes. 
Nos braços do Estranho o Outro se lançou conhecendo assim o melhor amigo do Novo, o Desejo.
A história é simples e mais uma vez se resume no que já contei. 
Na busca constante por Ele, o Outro se entregou ao Desejo, ao Estranho e ao Novo... 
E Ele?
Ele nunca soube de nada, afinal já havia deixado o que considerava velho.

Sérgio Breneditt


sábado, 22 de setembro de 2012

Uma História


Na busca constante por algo Novo, Ele deixou o que considerava velho.

Abriu mão da estabilidade, deu ao Outro a liberdade e foi percorrer caminhos, até então, nunca percorridos...
Ele deixou cores, flores e valores para procurar o que morava mais longe... 

Deixou sabores para se fartar do gosto do incerto.

Ele preferiu ir em frente e até hoje não olhou para trás, certamente algo o atraia, algo o chamava.
O Outro fico atrás, pensando, chorando e esperando, mas Ele desapareceu no caminho e só restou neblina. O Outro nem imaginava o que Ele estava fazendo por medo de perder Ele para sempre.
No entanto, Ele estava bem sorrindo sorrisos e cantando canções para o Novo.
Ah!!! O Novo, o Novo era melhor. Afinal Ele não o conhecia direito. as qualidades eram mais visíveis e os defeitos inimagináveis, porém todo novo traz uma supresa...  Esta virá... Ele que aguarde.
A história é simples e se resume no que sei, que na busca constante por algo Novo, Ele deixou o que considerava velho...

Sérgio Breneditt